Daremos prosseguimento à prole do casal Jair e Ede Paiva.
Em ordem cronológica, teríamos como próxima a filha do meio, Brígida Gonçalves Paiva Silva, mas, essa aí é minha mamãe querida (gostaram do momento Quico ?) e, ela terá seu post em separado, quando analisarmos apenas os meus progenitores.
Portanto, hoje veremos a filha mais nova do adorável casal, Luciana Paiva.
Primeiramente, devo falar sobre como a chamo. Sempre a chamei de Dinda, mesmo ela sendo madrinha da minha irmã, e não minha. Quando criança, sempre via minha irmã chamando-a assim, e, simplesmente a imitei. Ignorava completamente que tal forma de chamá-la para mim era inapropriada. Mas, acostumei-me. Portanto, ela aqui sempre será a Dinda.
Tudo bem, então, a Dinda foi a caçula da família. Isso fez com que ela desfrutasse de um tratamento diferenciado, não necessariamente ela foi mais mimada, mas sim mais íntima. Ela foi a filha que mais tempo morou com os pais, e sua relação principalmente com seu pai foi muito mais próxima que aquela desfrutada pelos irmãos. Pode-se dizer que tanto o Tio Renato quanto a mamãe ficaram mais distantes pois ambos eram mais bagunceiros mesmo, e também independentes. Assim, ficaram mais arredios ao contato com os pais.
Porém, com a Dinda não foi assim. Ela deu a sorte de ser a princesa da casa por um bom tempo.
Exatamente por ser mais dócil, não existem muitas peripécias vivenciadas por essa minha querida tia. Infelizmente, as duas histórias que mais se destacam quando penso nela são dois casamentos que deram errado. E aqui, eu realmente tenho que me adiantar e dizer que ela fez tudo que podia por eles. Em ambos, o problema era o marido. Sério, não é só por ser ela minha tia.
Minhas memórias da Dinda não são todas agradáveis. Confesso aqui, como já confessei para ela, que quando eu era mais novo a detestava. Ela era aquele tipo de tia que não tinha a mínima paciência conosco, que qualquer coisa já nos xingava e só não batia para não se indispor com mamãe. Hoje acho que ela tava certa mesmo. Afinal, esse "qualquer coisa" seriam crianças brincando, fazendo muito barulho, e que não raro terminavam a brincadeira chorando. Se fosse comigo, acho que espancava.
Ainda mais novo, uma memória que se destaca é a de um namorado que ela teve. Nem lembro de como ele era ou qualquer coisa parecida. Apenas lembro-me bem de seu nome. Sandoval. Não tenho a mínima idéia da causa, mas sei que quando penso nele, nesse nome, a imagem do Wagner Montes (do corpo de jurados dos programas de calouros do Silvio Santos) sempre me vêm à cabeça.
Sobre os casamentos que deram errado, do primeiro não sei absolutamente nada. Sequer conheci o noivo, e acho que seu nome era João Leite. Mas não garanto nada. Já o segundo, até estive no casamento, fui uma das criancinhas que adentraram à igreja antes dos noivos. Lembro que foi um belo casamento, mas que o sermão do padre foi um verdadeiro e monumental porre.
Não me lembro absolutamente nada do que o padre disse, mas os Paivas disseram ter sido o sermão muito longo e cansativo. Agora, já disse aqui, os Paivas são Católicos fervorosos ! Para eles acharem isso, deve ter sido algo incrivelmente ruim.
Nesse segundo casamento a Dinda se casou com aquele que foi o homem em quem ela deu seu primeiro beijo. Márcio era seu nome. Ainda hoje, após ao menos 4 anos de separação, quando penso nelo penso no "Tio Márcio".
Gostava muito de jogar futebol. Era formado em engenharia, mas achava que o melhor curso possível era odontologia. Tinha descendência alemã, denunciada pelos cabelos loiros (embora ele tivesse uma careca precoce), mas só descobri tal descendência quando conversando com ele, disse-lhe que na Segunda Guerra Mundial deveriam ter matado simplesmente todos os alemães. Ele só respondeu: "Nando, se tivessem feito isso, eu não estaria aqui."
Claro, na hora eu reformulei minhas idéias. E agradeço por isso. Essa foi uma das maiores lições de minha vida, de nunca expressar opiniões exaltadas, e, de preferência, nunca sequer tê-las.
Essa história de matar todos os alemães foi apenas uma das várias coisas estúpidas que eu fiz com o Tio Márcio. Lembro-me quando estávamos nós dois um dia no campestre, e estávamos conversando tranqüilamente, eu estava curioso sobre ele, ele ainda era novo na família, e uma das perguntas que eu fiz a ele foi sobre a idade dele. Acho que ele tinha 33. Tirando a careca precoce já mencionada, ele estava muito bem. Mas, como uma criança estúpida, eu simplesmente soltei exatamente essa frase:
"Tio, você está acabado."
Sim. Exatamente desse jeito. Curto, grosso e sem sal. A resposta, veio muito educada:
"Pô Nando, você realmente acha isso?"
E eu novamente, estúpido:
"Sem dúvida."
Realmente foi impressionante como ele ainda sempre me tratou bem mesmo depois disso.
Não sei muito bem quais foram as reações da Dinda à morte do Vô Jair, mas sei que ela não admite que se fale de qualquer defeito que ele tinha. O casamento com o Tio Márcio ocorreu depois da morte do Vô, e durante o casamento, realmente não tenho muitas memórias da Dinda. Claro, as famílias ficaram meio que "estanques" nesse momento.
Aproximamo-nos mais com o fim desse casamento. Não raro eu passava finais de semana na casa dela então, onde confesso que era tremendamente paparicado. Claro, sempre que havia um convite, ele não era recusado. Nesse momento, a Dinda era uma mulher independente, com várias posses e que só tinha gastos consigo. Por isso mesmo, ela acabava sendo a pessoa que mimava a mim e a minha irmã, dando-nos todo tipo de presentes. Claro, isso fez com que sempre procurássemos atendê-la no que pudêssemos, eu sempre ajudava-a com quaisquer coisas referentes a computadores.
Atualmente, a Dinda está ficando cada vez mais realizada. Faz muitas viagens, é completamente independente, está cursando com afinco uma faculdade. Isso tudo mantendo-se sempre com um ótimo padrão de vida, e também sempre ajudando a todos que possa. Sua presença na minha vida e na de minha irmã é cada vez maior, assim como sua proximidade com nossa família.
O fato de ela estar cursando uma faculdade é particularmente bom. Infelizmente ela nunca confiou em si mesma intelectualmente. Ainda hoje ela ainda tem alguns surtos, onde ela crê plenamente ser eu mais culto que ela. Lembro-me quando ela me fazia perguntas sobre Marx. Achei aquilo simplesmente incrível ! Ela tinha lido um livro interpretativo de O Capital. Eu não tinha lido nem isso, tampouco o manifesto comunista inteiro.
Ainda bem que atualmente ela está cada vez mais confiante em si mesma, e sem nunca ficar convencida. Isso é algo simplesmente admirável. Devo dizer que ela é realmente um dos parentes por quem eu mais nutro admiração e gratidão. Desejo muito que ela seja uma pessoa cada vez mais realizada e feliz. E até posso dizer que ela o será, pois é esse o caminho que ela está trilhando.
Minha família é simplesmente incrível mesmo. Todos são grandes vencedores, e não raro eles acham que eu é que sou o foda lá. Acho que logo eles perceberão que sou o mais medíocre de todos.
E amanhã meus caros, começaremos a olhar a Família Lycarião. Preparem-se. Muitas são as histórias desse ramo da família.
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